Explosão em fábrica causa mortes e pânico na região de Curitiba
Uma terça-feira que deveria ser mais uma manhã comum acabou marcada pela tragédia em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, quando uma explosão destruiu parte da fábrica de explosivos Enaex Brasil. O acidente aconteceu logo nas primeiras horas do dia 12 de agosto de 2025, deixando nove mortos e sete feridos na área industrial do município. Ao que tudo indica, os trabalhadores estavam manuseando materiais altamente explosivos para carregar um caminhão, quando o desastre se desencadeou repentinamente.
O barulho foi ouvido a vários quilômetros de distância, assustando moradores de bairros próximos e até de cidades vizinhas. Um vídeo impactante, gravado por moradores e compartilhado nas redes sociais, mostra o estrondo seguido por uma coluna de fumaça espessa subindo pelo céu — uma daquelas imagens difíceis de esquecer para quem presenciou.
Devido à violência do impacto, os corpos das vítimas fatais ficaram tão fragmentados que a identificação só poderá acontecer via DNA. O Secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, falou à imprensa, demonstrando a gravidade do ocorrido: "Estamos diante de uma das cenas mais chocantes que já vimos. Não será possível identificar ninguém pelo reconhecimento visual. O trabalho forense irá levar tempo, pois depende de exames de DNA".
Por sorte, os sete feridos sofreram só escoriações leves. Eles foram atendidos rapidamente por equipes de resgate que chegaram em poucos minutos, receberam cuidados no local e logo foram liberados, sem risco de complicações.
Empresa e governo em luto; investigação promete rigor
A Enaex Brasil divulgou os nomes das vítimas fatais e confirmou o atendimento aos feridos. A empresa afirmou estar oferecendo apoio total às famílias e prometeu colaborar com as investigações. No comunicado, demonstraram solidariedade e tristeza, dizendo que a dor dos colegas perdidos será sentida por toda a equipe.
Enquanto isso, do lado das autoridades, o clima é de luto e mobilização. O governador do Paraná, Ratinho Júnior, decretou luto oficial e usou suas redes sociais para prestar homenagens às famílias atingidas. Essa comoção não se limita apenas aos familiares, já que moradores de Quatro Barras e cidades vizinhas também vêm se solidarizando.
O Ministério do Trabalho mandou técnicos ao local quase imediatamente, querendo saber se houve falha nos processos de segurança durante o manejo dos explosivos. O foco da investigação está nos treinamentos recebidos, nas condições do ambiente industrial e no cumprimento das normas federais de segurança para quem lida com materiais perigosos. Pelo que foi dito na coletiva, ainda não há conclusão se houve negligência, mas qualquer eventual irregularidade será apurada minuciosamente.
O acidente trouxe à tona a discussão sobre a constante ameaça enfrentada por trabalhadores desse tipo de indústria. Mesmo com protocolos de segurança amplamente conhecidos, acidentes seguem acontecendo, e muitas vezes só ganham destaque quando a tragédia já está posta. O luto agora é coletivo, com uma cidade em choque e uma pergunta martelando na cabeça de todo mundo: o que pode ter dado tão errado a ponto de terminar assim?