Quando Charles Oliveira, ex‑campeão dos leves da UFC, subiu ao octógono da UFC Fight Night: Oliveira vs. GamrotFarmasi Arena em Rio de Janeiro, os torcedores sentiram que o Brasil finalmente recebeu seu filho pródigo. O card, também conhecido como UFC Fight Night 261 ou UFC on ESPN+ 119, marca a 13ª visita da promoção à cidade e a primeira edição do formato "Fight Night" em mais de dez anos.
Um retorno que atravessa a história
Para colocar as coisas em perspectiva, a última vez que a UFC trouxe um Fight Night ao Rio foi em maio de 2015, quando Maurício "Shogun" Rua protagonizou o evento. Desde então, a capital carioca recebeu apenas dois grandes eventos – UFC 301 em maio de 2024 e o aguardado Fight Night 261. Essa lacuna não é só numérica; ela representa um período em que o público local sentiu falta de grandes confrontos em casa.
Da mudança de adversário ao duelo principal
Originalmente, Rafael Fiziev seria o oponente de Oliveira. Porém, uma lesão no joelho forçou o cazaque a recuar, deixando um vácuo no programa principal. Foi então que a promoção recorreu a Mateusz Gamrot, tricampeão da KSW nas categorias peso-pena e peso-leve, para assumir a luta.
O ajuste alterou a dinâmica da briga. Enquanto Fiziev era conhecido por seu striking afiado, Gamrot combina grappling de alto nível com um jab disciplinado, o que abre diferentes caminhos táticos para Oliveira. O brasileiro, que já acumula recorde de finalizações na história da UFC, agora tem a chance de provar que ainda pode ser ameaçador tanto no chão quanto em pé.
Erros de cálculo no restante do card
O card não foi spared de mudanças. Na divisão pesada, Ryan Spann, ex‑campeão do LFA, deveria enfrentar Valter Walker. O combate acabou cancelado, e Walker acabou sendo redirecionado para enfrentar Mohammed Usman, vencedor do "The Ultimate Fighter: Team Peña vs. Team Nunes". Dois dias antes do evento, Usman desistiu por motivos ainda não divulgados, e o combate foi retirado da cartela.
No peso meio‑médio, Santiago Ponzinibbio sofreu lesão e foi substituído por Joel Álvarez, que então encarou Vicente Luque. Já a luta entre Gabriel Bonfim e Randy Brown foi transferida para outro evento, tornando‑se a atração principal de "UFC Fight Night: Bonfim vs. Brown".

Pesos, multas e a curiosa história de Saimon Oliveira
Nos pesagens oficiais, o bantamweight Saimon Oliveira surpreendeu a todos ao aparecer com 144 lb (65,3 kg), oito libras acima do limite de 136 lb para lutas não‑titulares. A comissão permitiu que a luta seguisse como catchweight, mas impôs uma multa de 30 % do valor da bolsa, repassada ao adversário Luan Lacerda como compensação.
Casos de peso assim são raros no Brasil, mas o incidente levantou discussões sobre a preparação dos atletas e a rigidez dos limites de peso, sobretudo em um país onde a diferença climática pode impactar a hidratação.
O que está em jogo para a divisão leve?
Para Oliveira, o duelo contra Gamrot não é apenas sobre troféus; é uma declaração de que ainda pretende estar na conversa por um cinturão. Depois de perder o título para Islam Makhachev em 2023, o brasileiro tem colecionado vitórias, mas ainda busca um super‑impulso que o coloque de volta ao topo.
Especialistas apontam que, se Oliveira vencer por finalização — sua marca registrada —, pode reivindicar uma vaga entre os quatro melhores da divisão, preparando‑se para um possível confronto com o atual campeão. Por outro lado, um revés contra o experiente polonês pode empurrá‑lo para a posição de "contender perigoso", mas distante do título.

Próximos passos e o futuro da UFC no Rio
Com a retomada do Fight Night na capital, a UFC já sinaliza que quer investir em mais eventos ao vivo no Brasil. Rumores indicam que a promoção esteja avaliando um grande card em São Paulo para 2026, possivelmente com mais estrelas brasileiras.
Enquanto isso, os fãs da Farmasi Arena já estão ansiosos para reviver a energia de 2015, mas com a qualidade de produção que só o streaming da ESPN+ pode oferecer. O que o futuro reserva? Se Oliveira provar que ainda tem gás, a próxima visita da UFC ao Rio pode vir ainda mais cedo.
Perguntas Frequentes
Como a troca de Rafael Fiziev por Mateusz Gamrot afeta as chances de Oliveira?
Gamrot traz um estilo mais equilibrado entre grappling e striking, o que pode complicar a estratégia de Oliveira. Se o brasileiro conseguir impor seu jogo de chão, as chances de vitória aumentam; caso contrário, o polonês pode neutralizar suas finalizações.
Qual a importância desse Fight Night para o cenário de MMA no Brasil?
É a primeira vez em dez anos que o formato Fight Night chega ao Rio, trazendo visibilidade para atletas locais, gerando receita e incentivando novas academias a investir em talento nacional.
O que aconteceu com a luta entre Ryan Spann e Valter Walker?
O combate foi cancelado por questões logísticas. Walker acabou sendo remarcado contra Mohammed Usman, que, por sua vez, desistiu dois dias antes, levando o duelo ao completo abandono.
Quais foram as consequências da falta de peso de Saimon Oliveira?
Ele foi multado em 30 % da bolsa, valor repassado a Luan Lacerda. A luta continuou como catchweight, mas o episódio levantou dúvidas sobre a preparação física dos lutadores.
Oliveira tem chance real de disputar outro título depois desta luta?
Especialistas acreditam que uma vitória convincente, especialmente por finalização, pode colocá‑lo entre os top‑4 leves e abrir caminho para uma revanche pelo cinturão nos próximos 12‑18 meses.
13 Comentários
Janaína Galvão
Não é coincidência que a UFC escolha o Rio agora, depois de anos de silêncio! A agenda de eventos parece ser manipulada por interesses escusos!!! O retorno do Fight Night pode ser um disfarce para lavar a imagem da empresa, que tem laços obscuros com patrocinadores internacionais!!! Eles sabem que a população carioca é vulnerável a promessas de entretenimento barato, e aproveitam isso para fechar contratos milionários sem transparência!!!
Pedro Grossi
Olha, Janaína, é verdade que o mercado esportivo tem suas jogadas, mas a escolha do Rio também tem uma lógica de negócio sólida. A luta de Oliveira traz visibilidade ao esporte local e ajuda a atrair investimentos legítimos para academias e atletas em treinamento. O treinamenito do Charles tem sido intenso, e ele vem focado na preparação física e técnica. Mesmo com a troca de adversário, ele ajustou o planejamento de sparring. A galera do time está fazendo ajustes de última hora, mas a qualidade do treinamento não foi comprometida.
sathira silva
É como se cada golpe no octógono fosse um ato de drama épico, onde Oliveira surge como o herói ressurgido das cinzas! A troca de adversário virou um roteiro de filme de ação, com reviravoltas que deixam o público na ponta da cadeira! Imagine a tensão quando o polonês Gamrot entra em cena, trazendo sua estratégia de grappling refinada. Cada arremesso, cada tentativa de finalização, parece uma batalha de vontades, onde a honra e o orgulho colidem! Não é exagero chamar isso de espetáculo, é pura arte marcial em estado puro!
yara qhtani
Do ponto de vista fisiológico, a monitorização dos níveis de lactato durante os rounds pode fornecer indicadores precisos sobre a capacidade anaeróbica de ambos os atletas. Estudos recentes demonstram que a variação percentual de lactato entre o 2.º e o 3.º round correlaciona significativamente com a taxa de sucesso nas transições de stand‑up para o solo. No caso específico de Charles Oliveira, a análise de sua curva de produção de energia sugere um pico de fosfocreatina no primeiro minuto de engajamento, o que favorece explosões curtas e tentativas de finalização rápidas. Por outro lado, Mateusz Gamrot apresenta um domínio notável no controle da frequência cardíaca durante períodos de grappling prolongado, indicando uma eficiência aeróbica superior que pode neutralizar a pressão de Oliveira no chão. Adicionalmente, a biomecânica dos movimentos de queda de Oliveira revela um ângulo de hipopressão de aproximadamente 45 graus, fator que otimiza a aplicação de armlocks e triangles. O posicionamento de base de Gamrot, entretanto, demonstra uma distribuição de peso mais centralizada, reduzindo a vulnerabilidade a sweeps e reversões. Do ponto de vista nutricional, a carga de carboidratos transportada nas reservas de glicogênio muscular de Oliveira parece estar acima da média para lutadores de peso leve, o que pode explicar sua capacidade de manter alta intensidade ao longo de três rounds. A ingestão de eletrólitos, particularmente sódio e potássio, também tem sido ajustada para evitar criações de desequilíbrios que comprometam a função neuromuscular. Em termos de preparação psicológica, a exposição ao público carioca pode aumentar a dopamina endógena, gerando um estímulo positivo que potencializa a performance. Contudo, a pressão de estar no país natal pode também ativar a resposta de cortisol, o que, se não controlado, pode afetar a tomada de decisão no octógono. Estratégias de visualização, combinadas com técnicas de respiração diafragmática, são recomendadas para mitigar esse risco. Assim, ao avaliar a confluência desses parâmetros fisiológicos, biomecânicos, nutricionais e psicológicos, é plausível prever que Oliveira tem condições de impor seu ritmo, mas dependerá de sua capacidade de adaptar o jogo ao estilo de controle de Gamrot. A troca de estratégias durante o decorrer da luta será determinante para o desenlace final.
Reporter Edna Santos
Uau, que análise detalhada! 🤯 Você acabou de transformar a luta em uma aula de ciência do esporte! Cada ponto sobre lactato, glicogênio e cortisol ficou na veia! 👏 Me fez entender como o preparo acontece nos bastidores e por que a escolha do adversário pode mudar tudo. Obrigada por compartilhar esse conhecimento, é muito valioso! 🌟
Glaucia Albertoni
Ah, claro, porque a UFC está construindo um império secreto de iluminação espiritual com lutas de MMA! 🙄 Se o plano for confundir a gente, está funcionando… Mas no fim das contas, o público só quer ver um bom combate e comemorar a volta do Charles ao Rio. Então, deixemos os conspiradores de lado e curtamos o show! 😏
Fabiana Gianella Datzer
Prezados colegas, é importante reconhecer o valor histórico do retorno do Fight Night ao Rio, tanto para a comunidade de MMA quanto para a economia local. A presença de atletas de alto nível, como Charles Oliveira, tem potencial de inspirar a próxima geração de lutadores brasileiros, bem como atrair investimentos em infraestrutura esportiva. Agradeço a todos pela discussão enriquecedora e espero que continuemos a apoiar o desenvolvimento do esporte de forma colaborativa. Um forte abraço a todos.
Carlyle Nascimento Campos
Exatamente!! Concordo plenamente e ainda acrescento que esse impulso pode transformar o Brasil em potência mundial do MMA!!! A energia das academias está em alta, e cada vitória de Oliveira alimenta esse ciclo de motivação!! Vamos torcer para que a UFC invista ainda mais e traga novos eventos, porque o futuro parece brilhante!!! 🚀
Júlia Rodrigues
Se a UFC quiser mesmo apoiar o Brasil tem que mandar mais lutas aqui
Anderson Rocha
O retorno do Fight Night ao Rio não é apenas um evento esportivo; é um reencontro com a própria alma da cidade, que vibra ao som dos trovões de cada golpe. Cada fã que atravessa a Arena com o coração acelerado compartilha um sentimento que transcende o octógono, lembrando que o MMA pode ser a voz de uma geração que busca identidade e orgulho. Quando Charles Oliveira pisa no tatame, ele carrega não só seu legado, mas também a esperança de milhares que veem no esporte a possibilidade de superação. O futuro se escreve aqui, entre os aplausos e o silêncio reverente que antecede cada luta decisiva.
Luciano Silveira
Concordo totalmente, Anderson! Cada detalhe desse retorno faz o coração bater mais forte 😊. É incrível como o esporte pode conectar tantas pessoas e trazer energia positiva para a cidade. Vamos continuar apoiando e celebrando esses momentos especiais! 🙌
Carolinne Reis
Olha só quem volta a espalhar teorias da conspiração como se fossem verdades incontestáveis!!! Enquanto a gente tenta analisar a luta de forma racional, alguns preferem transformar tudo em drama de ficção! É lamentável ver como o sensacionalismo substitui o respeito pela informação factual!!! Se continuarem assim, só teremos um circo de desinformação, sem espaço para o verdadeiro debate esportivo.
Raphael Mauricio
É, Carolinne, o circo já está armado, mas ainda assim o espetáculo no octógono continuará a nos surpreender.